ATM Standard x Customizada

Novo estudo visa acompanhar pacientes após 5 anos do procedimentos para constatar diferenças ente os tipos das próteses

Um estudo está sendo conduzido no Complexo de Saúde São João de Deus para avaliar se há diferenças significativas entre cirurgias que utilizam próteses de ATM convencionais versus as sob medida. No início de Novembro as duas primeiras cirurgias do estudo foram conduzidas com próteses doadas pela CPMH.

A seguir você confere uma mini pequena entrevista que a pesquisadora Vanessa Zaidan cedeu à equipe do blog:

Qual a hipótese a ser confirmada no estudo? Houve alguma evidência que levou à criação dessa hipótese?

A hipótese esperada pela pesquisa é de que a prótese sob medida (paciente-específico), traga ao paciente melhora da função do sistema estomatognático e menor morbidade no pós-operatório (como dor e edema). Além disso, demonstrar seu amplo espectro de uso, uma vez que não se limita à defeitos de extensões pré estabelecidas como o casos da prótese convencional.

Atualmente existem estudos de comparação entre os dois tipos de prótese aloplastica, porém ainda é necessário um estudo comparativo de metodologia robusta, para identificarmos a eficácia dessas próteses de maneira sistemática.

Quantos casos serão avaliados e quanto tempo irá durar o estudo? 

Serão realizadas 32 próteses unilaterais totais, sendo 16 de estoque e 16 paciente-específico, alocados aleatoriamente de forma randomizada. A duração do estudo será o tempo de intervenção dos 32 pacientes, somados a 5 anos de follow up.

Quais critérios serão avaliados para constatar as diferenças da prótese convencional vs. a sob medida?

Serão avaliados os critérios de função articular, através da mensuração da amplitude de abertura de boca e lateralidade desses pacientes. Outro critério a ser avaliado é a dor, pré e pós operatória, através de um questionário de escala da dor e necessidade do uso de analgésicos pós operatórios.

O último critério, se trata de uma avaliação subjetiva da qualidade de vida do paciente, comparando o pré e o pós operatório. Será computado por meio de um formulário, onde eles preencherão como era a intensidade da sua dor, as limitações que isso causava, a qualidade de mastigação, fala, fonação e outras alterações relacionadas à Disfunção Temporomandibular em estágio degenerativo, em relação a qualidade de vida após a instalação da prótese.

Outro aspecto interessante da pesquisa é a avaliação da acurácia da adaptação da prótese sob medida à anatomia do paciente: serão realizadas sobreposições de arquivos .STL do planejamento cirúrgico virtual aos arquivos tomográficos do pós-operatório imediato. Dessa forma será possível obter dados sobre a acurácia do planejamento virtual.

É importante fomentar a pesquisa e que se gere cada vez mais conhecimento acerca das próteses e implantes sob medida. Agradecemos ao Complexo de Saúde São João de Deus, à Vanessa Zaidan por ceder seu tempo para responder nossas dúvidas e ao diretor do departamento de traumatologia Dr Thiago Rodrigues pela parceria.