Implantes personalizados: PMMA, PEEK OU TITÂNIO?

Implantes Personalizados: PMMA, PEEK OU TITÂNIO?

É muito importante compreender bem os materiais implantáveis: suas propriedades, indicações e quais resultados devem ser esperados. Estas escolhas farão parte da vida do paciente e deve levar em conta sua segurança e qualidade de vida, em aspectos morfológicos e de diagnóstico. Pensando nisso, este texto destaca quais são os pontos mais importantes e as especificidades de cada material desses.

PMMA

 O polimetilmetacrilato (PMMA) está entre os materiais mais utilizados para a reconstrução craniana, e existem inúmeras composições para esta aplicação. A resistência ao impacto de um implante de PMMA varia de 3000 N a 9000 N , o que é um bom resultado quando comparado ao crânio de um cadáver fresco, que varia de 6000 N a 8000 N . Os principais problemas com os enxertos e próteses ósseas são as infecções, responsáveis por 30% dos casos de complicações. Nesse cenário, o implante de PMMA não é melhor que o osso autógeno, mas apresenta uma taxa melhor do que alguns outros materiais. O PMMA é um dos materiais mais biocompatíveis disponíveis atualmente e, como mencionado anteriormente, possui uma dureza que proporciona proteção adequada aos tecidos cerebrais, é facilmente fabricado, não é caro, sendo fácil de modificar e podendo ser personalizado para cada paciente, no entanto há algumas reservas para o método atual de fabricação do implante aloplástico, uma vez que estudos sugerem que o PMMA é altamente citotóxico, e o processo de reação exotérmica necessário para sua modelação in situ pode causar danos teciduais térmicos, uma vez que pode atingir temperaturas acima de 50°C.

PEEK

O PEEK, por sua vez, é um material polimérico inerte cuja utilização tem sido relatada como um sucesso na cranioplastia. Diferentemente do PMMA, o PEEK não possui variação térmica e não conduz o calor, o que diminui o risco de lesões cerebrais. Sua biocompatibilidade é melhor que a observada no PMMA e possui resistência mecânica similar, estando próxima da resistência óssea cortical. Em um estudo de laboratório o PEEK chegou a suportar uma força máxima de 24KN. O PEEK é mais rápido de produzir e entregar do que o PMMA, e o risco de toxicidade é tão menor que muito comumente é descrito como raro. Como o PEEK é resistente a altas temperaturas e radiação, pode ser esterilizado de maneiras mais tradicionais, como por meio de vapor, o que facilita bastante seu uso em ambientes que não possuem elevados níveis de tecnologia ou recursos. Além disso, sua baixa densidade parece oferecer melhor conforto aos pacientes, especialmente em pacientes com implantes maiores, já que é uma peça que não pesará tanto o titânio, mas que é facilmente moldável. Devido à sua natureza inerte, o PEEK impede a degradação mecânica ou química, diminuindo a liberação de substâncias citotóxicas e possíveis efeitos adversos decorrentes.

TITÂNIO

O titânio, por fim, é um material que apresenta resultados de maior qualidade e durabilidade, isso porque o titânio é um material metálico muito bem estabelecido para uso de implantes em ortopedia, odontologia e neurocirurgia. Como os dois principais propósitos da craniectomia e da cranioplastia são proteger o cérebro e fornecer um resultado cosmético de boa aparência, o material usado para o implante deve ser durável, biocompatível e adequado para técnicas de imagem pós-operatória, requisitos que o titânio cumpre com excelência.

Placas de titânio feitas sob medida oferecem uma excelente escolha para cranioplastia em termos de força, baixa taxa de infecção, biocompatibilidade e inércia biológica, com uma taxa de 88% de satisfação com o procedimento e seus resultados, com a vantagem de uma menor taxa de infecções quando comparado com implantes PMMA (PMMA infecções são responsáveis por 30% dos casos de complicação), e como o titânio é material duro, evita defeitos no crânio pós-operatório e uma operação posterior para reparar o defeito. O titânio é uma excelente alternativa ao PMMA, especialmente porque o PMMA é altamente citotóxico, o processo de reação exotérmica pode causar danos teciduais térmicos, uma vez que pode atingir temperaturas acima de 50°C, e há relatos de reações alérgicas sistêmicas fatais devido à uso de material acrílico.

Hoje em dia, com o planejamento cirúrgico e as tomografias computadorizadas, é possível modelar as peças e produzir com precisão milimétrica o encaixe desses materiais no corpo humano, seja na confecção da prótese em si ou com biomodelos para auxiliar durante o procedimento cirúrgico. Assim, cabe ao cirurgião decidir qual dos materiais atende de forma mais adequada as necessidades de cada paciente, tendo sempre em mente não só os ganhos funcionais, mas também os estéticos que impactam diretamente em aspectos psicológicos e na qualidade de vida.

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