PEEK: quando e porquê escolher

PEEK: quando e porquê escolher

Defeitos extensos da face e do crânio resultantes de trauma ou ressecção oncológica apresentam diversos desafios reconstrutivos. Numerosos materiais autógenos e aloplásticos têm sido utilizados em reconstruções complexas. Todos têm desvantagens associadas:

  1. Enxertos ósseos autógenos e transferência de tecido livre apresentam reabsorção e morbidade local no doador;
  2. Implantes silásticos (silicone mais rígido) e de outros materiais que podem provocar reações a corpos estranhos, resultando em altas taxas de infecção e extrusão no implantado;
  3. Cimentos ósseos (sulfatos de cálcio, cimentos de fosfato de cálcio) e cimento de hidroxiapatita apresentam maleabilidade podendo ser esculpidos durante a cirurgia para obter um resultado estético satisfatório, mas apresentam mais suscetibilidade a fraturas quando comparados a outras opções;
  4. Materiais metálicos geram artefatos em exames de imagem, dificultando significativamente  o acompanhamento de patologias oncológicas.

O PEEK é um polímero linear que exibe uma excelente combinação de resistência, rigidez, durabilidade e resistência ambiental. Por esses motivos, o material é utilizado nas indústrias aeroespacial, automotiva e elétrica há mais de 30 anos.

Além da biocompatibilidade, o PEEK também teve parâmetros para utilização em grau médico e para as aplicações médicas subsequentes do material. Especificamente, os testes de biocompatibilidade do PEEK de grau médico foram realizados em cirurgias onde ele serviu como um substituto para enxertos ósseos autógenos e suportes de titânio na fusão anterocervical.

O PEEK se assemelha mais ao osso que ao titânio, já que é mais elástico e menos denso. Sabendo disso, quando devo escolher o PEEK como material de reconstrução?

  1. Quando precisar de acompanhamento da patologia a longo prazo, como é o caso da ressecção de tumores;
  2. Quando o trauma ou deformidade forem muito extensos, significando uma prótese muito pesada em termos de material, como o titânio;
  3. Situações em que o titânio não seja adequado.
Mas por que o PEEK e não outro material?
  1. Devido à sua flexibilidade, o PEEK lembra mais o osso em suas características mecânicas do que o titânio, indicando que, quando usado como implante de cranioplastia, o PEEK pode ser mais protetor contra forças traumáticas, absorvendo parte da força;
  2. Os implantes PEEK são resistentes ao calor e à radiação ionizante, o que simplifica a esterilização, não são alergênicos e podem ser produzidos individualmente para atender a cada paciente;
  3. São translúcidos em raios-x e não magnéticos, portanto, não criam artefatos nas imagens de TC ou RM, facilitando o monitoramento do diagnóstico pós-operatório, crucial em pacientes oncológicos e neurocirúrgicos;
  4. Os implantes de PEEK são menos densos, proporcionando aos pacientes, especialmente aqueles com implantes maiores, maior conforto.

Apesar de recente, o PEEK se estabeleceu como opção viável de material para reconstruções ósseas, e depois desses benefícios, dá para entender o porquê, né? Caso tenha ficado curioso, também falamos mais sobre Peek nesse poste aqui!

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