PEEK: O Estado da arte

Buscando sempre nos manter atualizados sobre nossas matérias primas, nós da CPMH estamos sempre atentos a artigos publicados em periódicos indexados em bases de dados confiáveis, como o PubMed, de maneira a garantir que nossos conhecimentos estejam o mais acurados possível.

Sabemos o quão importante é para nossos parceiros ter a confiança de que escolheram a melhor opção possível para atender as necessidades individuais de cada paciente, portanto resolvemos trazer um dos artigos mais recentes indexados no PubMed para vocês, permitindo que façamos uma análise conjunta da revisão de literatura publicada na Brain Research Bulletin sobre o uso de PEEK na cranioplastia

De modo a facilitar a análise, faremos a tradução literal dos trechos e resultados mais importantes. Se você tiver interesse no artigo em sua língua original, é só entrar em contato com a gente pelo e-mail relacionamento@cpmh.com.br !

O artigo que vamos analisar é intitulado The application of polyetheretherketone (PEEK) implants in cranioplasty, traduzido literalmente para A aplicação de implantes de Poli(éter-éter-cetona) (PEEK) na cranioplastia, publicado em 2019. Por estar indexado ao PubMed, significa que este é um artigo de qualidade, revisado por pares e que apresenta dados e metodologia de qualidade.

Como esperado, o primeiro aspecto tratado no artigo é a qualidade do material utilizado para realização da cranioplastia: “O material ideal para cranioplastia deve ser disponível, apresentando boa biocompatibilidade, compatibilidade com exames de imagem, reconstrução do contorno do crânio, proteção cerebral, potencial osteogênico e prevenção de problemas no local doador”. 

Mencionamos exaustivamente em nosso blog a importância de um material biocompatível, pois trata-se de uma característica imprescindível para o sucesso da cirurgia. Um material biocompatível assegura uma menor chance de rejeição ao material, bem como menor chance de processos inflamatórios que possam culminar na necessidade de remoção da prótese. Um material biocompatível significa menor chance de complicações pós-operatórias.

A compatibilidade com exames de imagem é algo de extrema importância em pacientes cujo problema é decorrente de patologias como cânceres e displasias, já que mesmo após a realização da cirurgia é necessário que haja um acompanhamento clínico da progressão da doença, caso exista. Um material compatível com exames de imagem, como a tomografia computadorizada, diminui a chance de aparição de artefatos que podem prejudicar a avaliação do paciente.

Quando se trata da reconstrução do contorno do crânio, ter um material de fácil modelagem é importante porque permite que  os contornos da prótese fiquem o mais semelhantes à versão humana possível. 

A proteção cerebral e potencial osteogênico são aspectos críticos, já que antes de qualquer aspecto estético, a funcionalidade é o mais importante quando se trata de uma prótese. Uma prótese funcional na cranioplastia significa que ela vai desempenhar o papel de proteção do cérebro e apresentar um potencial osteogênico, ou seja, se integrará adequadamente ao tecido ósseo adjacente. 

Por se tratar de uma revisão, diversos aspectos são abordados, então nos limitaremos a analisar aqueles de maior interesse para uma prótese de cranioplastia em PEEK. Assim, o próximo aspecto é justamente a apresentação do PEEK e de suas características: “PEEK é um composto quimicamente inerte. Seu módulo de elasticidade (3-4 GPa) é próximo, mas não idêntico, ao do osso cortical humano (7-30 GPa). Além disso, as propriedades elásticas do PEEK também são análogas às do osso, esmalte e dentina. Suas propriedades térmicas o tornam estável no corpo humano. O PEEK e seus compósitos possuem uma radiolucência natural, compatibilidade ultrassônica e ressonância magnética. Utilizado na cranioplastia pela primeira vez em 2007,  o PEEK apresenta muitas vantagens,  incluindo resistência, rigidez, durabilidade e inércia”.

Para termos noção do que esses dados significam, vamos analisar a tabela comparativa com outros dois materiais comumente utilizados: PMMA e Titânio.

 

Material Resistência à tração (MPa) Módulo de Young (GPa) Resistente à Fratura Biocompatibilidade
PEEK 80 3-4 Muito alta Alta
PMMA 48-76 3-5 Alta Boa
TITÂNIO 954-976 102-110 Alta Alta

Tabela Análise das propriedades dos materiais mais comuns da cranioplastia, traduzida literalmente do artigo.

 

Por ser quimicamente inerte, o PEEK tem menos chances de reagir com o ambiente ao que é inserido, ou seja, dificilmente reagirá com fluidos e materiais biológicos do hospedeiro em que será implantado. Por ter um módulo de elasticidade semelhante ao do osso, isso demonstra que a prótese vai apresentar uma resposta semelhante em caso de traumas na região, inclusive no quesito de amortecimento das forças. 

Ao apresentar uma radiolucência, o PEEK gera um grau mínimo de artefatos e facilita o processo de acompanhamento da progressão de patologias. Por fim, ele apresenta vantagens como a resistência, rigidez e durabilidade.

A revisão de 22 artigos mostrou que a taxa de sucesso do PEEK foi de 93% e a de complicações de 15.4%. Além disso, “Os resultados de satisfação cosmética foram de aproximadamente 84% a 100%. Melhorias na função cerebral podem ser encontradas em três artigos, com resultados flutuando entre 16,9% e 47,3%”. Ainda, “Em 22 estudos e 620 pacientes, a infecção foi a complicação mais comum, com probabilidade de 6,3%. 7,3% dos pacientes necessitou de reoperação e apenas 4,8% deles necessitam da remoção do material PEEK”.

Concluindo: o PEEK é um material de excelência para uso como prótese em cranioplastias, provando-se cada vez mais como um material de escolha padrão. Assim como outros materiais, apresenta limitações mas, de uma maneira geral, observa-se que seus benefícios sobrepõem-se os riscos.

 

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