Análise Tridimensional Anatômica da Coluna | ATAc

Análise Tridimensional Anatômica da Coluna

Estresse, ansiedade e medo são apenas alguns dos problemas associados a procedimentos cirúrgicos eletivos, no entanto, têm participação ativa no processo de recuperação do paciente. O fato de que, muitas vezes, o paciente não tem conhecimento ou entendimentos dos reais motivos pelos quais está sendo submetido aquele procedimento cirúrgico, de como ele será e como se dará sua recuperação pós-operatória evidencia a falta de comunicação eficiente entre o paciente e o cirurgião1,2. Estudos científicos mostraram que 30% dos pacientes não receberam explicações de forma simples e clara sobre as razões que tornaram sua cirurgia necessária, bem como sobre os procedimentos cirúrgicos que serão realizados. Também é mostrado que apenas 40% dos pacientes que se submeteram ao procedimento cirúrgico foram informados sobre as possíveis complicações durante a cirurgia3,4.

Tratando-se de cirurgias de coluna, que são extremamente complexas e delicadas, o estresse, ansiedade e medo do paciente são ainda melhor justificados, já que erros durante esse processo cirúrgico podem culminar em sequelas permanentes para a vida do paciente. Por possuírem um custo elevado e serem de altísismo risco, necessitando de períodos em Unidades de Terapia Intensiva mais prolongados, dificilmente há um consenso entre o convêncio segurador de saúde e o cirurgião sobre a real necessidade de cirurgia, deixando o paciente em situação vulnerável e gerando confusão a respeito de sua real situação: em quem confiar?

Somam-se à confusão nas esferas administrativas e psicológicas o fato de que, hoje, não existe um consenso a respeito de técnicas de diagnóstico do canal cervical espinhal que tanja qualidade, replicabilidade, custo e satisfação do cirurgião e facilite sua comunicação com o paciente, que dificilmente possuirá formação pra entender uma ressonãncia magnética ou uma tomografia computadorizada. Em aspectos mais práticos e diretos ao processo cirúrgico em si, em casos de encurtamento do canal espinhal e escolioses de diferentes origens são umas das principais causas cirúgicas e não possuem um padrão de exames para diagnóstico – fica a critério do médio a escolha de MRI, TC ou radiografias – nem um padrão do que é ou não saudável e funcional baseado na população brasileira. Em termos de execução dos procedimentos, geralmente as técnicas são hands-free (mão-livre, em tradução literal) e  auxiliadas por meio de raio-x ou fluoroscopias, que expõem o paciente e a equipe cirúrgica à radiação.

Em casos de cirurgia de escoliosa, a técnica hands-free, apesar de amplamente utilizada, possui limitações na acurácia de procedimentos como a perfuração e posicionamento de parafusos nos pedículos, apresentando uma taxa de erro onde 15% dos parafusos inseridos ficam posicionados de forma incorreta5,6,7, o que pode ocasionar ao paciente danos vasculares, injúrias viscerais e parestesias8,9.

Visando preencher essa lacuna e promover melhoras para todos os envolvidos no processo cirúrgico – paciente, cirurgião, convênio segurador de saúde e hospitais, foi desenvolvida com auxílio de cirurgiões de coluna e neurocirurgiões a Análise Tridimensional Anatômica da Coluna – ATA Coluna. Seu objetivo é proporcionar maior previsibilidade e padronização do processo cirúrgico por ser um método preciso. É um diagnóstico com tecnologia de ponta e embasado em literatura científica e é feito por meio da avaliação de medições precisas feitas por softwares após a reconstrução 3D da coluna do paciente, o que significa que o ATA Coluna é personalizado e individual, o que traz benefícios nas diferentes esferas do processo cirúrgico:

Para o paciente, o ATA Coluna é sinal de segurança e de confiança no cirurgião. Com o ATAc, não restam dúvidas a respeito de sua situação real, e porque o ATAc é feito a partir da reconstrução tridimensional da coluna do paciente, torna-se facilitada a comunicação entre o paciente e o cirurgião, pois o mesmo consegue visualizar uma “ilustração” compreensível do seu problema. Mais ciente de sua condição, o paciente fica menos propenso a sistuações de estresse, medo e ansiedade.

Para o cirurgião, o ATAc é um método claro e eficaz no diagnóstico e na indicação da necessidade de cirurgia. Uma vez comprovada a necessidade, o ATAc ainda se torna material de Planejamento Cirúrgico Virtual, o que permite que o cirurgião  visualize e planeje virtualmente os procedimentos que serão realizados, dando segurança e diminuindo o tempo do paciente exposto na mesa de cirurgia. Com o ATAc também tornou-se possível a criação de biomodelos da coluna do paciente, permitindo a criação de memória tátil ao cirurgião, além do desenho de dispositivos auxiliares para perfuração dos pedículos, que proporcionarão controle do direcionamento e ângulo do parafuso durante a inserção dos parafusos, evitando que esses extravasem o canal pedicular10.

Para os convênios seguradores de saúde, portanto, o ATAc é a um aditivo nas realizações de procedimentos cirúrgicos por diminuir o tempo necessário pra cirurgia e consequentemente os gastos associados à permanência em salas cirúrgicas, uso de anestésicos, períodos de Unidades de Terapia Intensiva e o tempo pós-operatório em hospitais, além de evitar a realização de cirurgias que não sejam realmente necessárias.

Finalmente, no campo científico, o ATAc é uma ferramente que futuramente permitirá a criação e o estudo do perfil morfológico do canal cervical da população brasileira, gerando dados necessários para o melhor entendimento dos pacientes.

 

Referências bibliográficas

  1. Mitchell, Mark. “Psychological care of patients undergoing elective surgery.” Nursing Standard30 (2007): 48-55.
  2. Broadbent, Elizabeth, et al. “Psychological stress impairs early wound repair following surgery.” Psychosomatic medicine5 (2003): 865-869.
  3. Pai, Irumee, and James E. Nicholl. “Are your day‐case patients adequately informed? A survey comparing day‐case and inpatients.” Journal of evaluation in clinical practice5 (2005): 509-512.
  4. Johansson, Kirsi, et al. “Preoperative education for orthopaedic patients: systematic review.” Journal of advanced nursing2 (2005): 212-223.
  5. Amiot, Louis-Philippe, et al. “Comparative results between conventional and computer-assisted pedicle screw installation in the thoracic, lumbar, and sacral spine.” Spine5 (2000): 606-614.
  6. Laine, Timo, et al. “Improved accuracy of pedicle screw insertion with computer-assisted surgery: A prospective clinical trial of 30 patients.” Spine11 (1997): 1254-1258.
  7. Kotani, Yoshihisa, et al. “Accuracy analysis of pedicle screw placement in posterior scoliosis surgery: comparison between conventional fluoroscopic and computer-assisted technique.” Spine14 (2007): 1543-1550.
  8. Esses, Stephen I., Barton L. Sachs, and Vadim Dreyzin. “Complications Associated with the Technique of Pedicle Screw Fixation A Selected Survey of ABS Members.” Spine15 (1993): 2231-2239.
  9. Lonstein, John E., et al. “Complications associated with pedicle screws.” JBJS11 (1999): 1519-28.
  10. Alessandro, L., et al. “3D printed tubular guides for pedicle screw placement: the answer for the need of a greater accuracy in spinal stabilization.” Orthop Muscular Syst4 (2015): e116.

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